domingo, 23 de dezembro de 2007

Defina LIBERDADE.

É uma pergunta um tanto paradoxal, a que nos pede para caracterizar o incaracterizável, para delimitar o que não tem barreiras. Quando pensamos em liberdade, pensamos na ausência de algo que nos prenda ao presente. Na inexistência de muros espaciais ou temporais, que nos permitisse estar onde quisessemos, pelo tempo que desejássemos. Para uns, liberdade seria destruir uma parede e passar para o outro lado. Para outros, um simples estancar do tempo num instante concreto que nos permitisse ganhar alguns momentos para nós próprios na selva frenética que é a rotina diária.

O que me fascina na ideia de liberdade é isso mesmo...liberdade é, tão somente, ficção. Porque, sejamos honestos, a liberdade de que dispomos não é absoluta, em virtude de condicionalismos legais. morais, temporais e tantos mais, que vão reduzindo o caudal a essa liberdade de tal forma que o abundante fluxo inicial se resume a um fiozinho no fim. E depois...esse fiozinho inicial, essa sensação primeira de liberdade nunca se repete. Tal como o efeito produzido pela primeira vez que experimentamos algo, jamais se atinge similarmente. Incessantemente, buscamos essa pureza de outros tempos, mas nunca a encontramos. Nessa busca, ficamos presos à nossa concepção de liberdade de forma irremediável. Pensamos que somos livres, mas não somos. A nossa própria mente coloca-nos entraves a essa liberdade. É preciso contornar esse facto.

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