domingo, 23 de dezembro de 2007

Defina LIBERDADE.

É uma pergunta um tanto paradoxal, a que nos pede para caracterizar o incaracterizável, para delimitar o que não tem barreiras. Quando pensamos em liberdade, pensamos na ausência de algo que nos prenda ao presente. Na inexistência de muros espaciais ou temporais, que nos permitisse estar onde quisessemos, pelo tempo que desejássemos. Para uns, liberdade seria destruir uma parede e passar para o outro lado. Para outros, um simples estancar do tempo num instante concreto que nos permitisse ganhar alguns momentos para nós próprios na selva frenética que é a rotina diária.

O que me fascina na ideia de liberdade é isso mesmo...liberdade é, tão somente, ficção. Porque, sejamos honestos, a liberdade de que dispomos não é absoluta, em virtude de condicionalismos legais. morais, temporais e tantos mais, que vão reduzindo o caudal a essa liberdade de tal forma que o abundante fluxo inicial se resume a um fiozinho no fim. E depois...esse fiozinho inicial, essa sensação primeira de liberdade nunca se repete. Tal como o efeito produzido pela primeira vez que experimentamos algo, jamais se atinge similarmente. Incessantemente, buscamos essa pureza de outros tempos, mas nunca a encontramos. Nessa busca, ficamos presos à nossa concepção de liberdade de forma irremediável. Pensamos que somos livres, mas não somos. A nossa própria mente coloca-nos entraves a essa liberdade. É preciso contornar esse facto.

sábado, 22 de dezembro de 2007

OH, MY DOG...

Eu e a minha visão particular sobre...O NATAL.

Alguém me disse outrora (penso que foste tu, naquela noite cerrada de Novembro, mas não estou certa disso) que o estado de euforia inicial com que eu bradava, contra ventos e tempestades, as semanas incontáveis e sucessivas de permanência na cidade de vício, tradição, e educação para a vida que é, afinal, Coimbra, cedo se desvaneceriam para dar lugar às semanas em que mataria para passar um final de semana sossegado em casa, com a familia, rodeada dos que mais me querem bem. Nessa noite escura, apesar de não o ter mostrado, ri-me. Pensei como seria possivel que, após anos de clausura, abandonada à minha sorte numa urbe que tanto desvia para bons como para maus caminhos, sentisse esse ímpeto de retorno ao lar, alguma vez.
Ainda para mais, tendo vindo a afirmação de quem veio, como lhe daria eu crédito?

Mas tinhas razão. Não naquele momento, mas agora. Não num fim-de-semana comum, mero interregno entre duas semanas de "estudo", mas agora, que se aproxima o Natal. Que antecipo mentalmente a reunião dos familiares, a ceia em redor da mesa colocada para a ocasião, até mesmo os presentes. Escolhidos com um tamanho sentimento de dádiva e altruismo nos dias que correm, mais árduos para uns do que para outros, que é impossivel ficar-se indiferente à época. O Natal é isto. Não as decorações parolas e as músicas que qualquer um trauteia num elevador de centro comercial, não é a aurade consumismo economicista implantada por via de marketing e franchisings a cada passo dado. É a reflexão que nos impõe. A lágrima, o beijo, o sorriso de uma criança quando rasga o papel de embrulho. Aqueles pequenos momentos que nos aquecem o coração, gélido a maior parte do ano.

A todos, um Feliz Natal. :)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Amigos

Verto lágrimas descontroladamente. Por momentos volto à velha infância olvidada no fundo do meu baú de memórias, coberto de pó, no canto mais escuro do sótão dos meus pensamentos. Custa-me acreditar que, hoje, aos vinte anos de idade, consiga chorar da mesma forma que o fazia enquanto criança.

Os amigos têm destas coisas. Um gesto inesperado e fazem-nos lacrimejar como um bebé grande, despertam a menina de sapatinhos de verniz e totós que cada uma de nós conserva. E que eu espero que se mantenha por muitos e bons anos.

















Its not easy love but you've got friends you can trust

Friends will be friends

When you're in need of love they give you care and attention

Friends will be friends

When you're through with life and all hope is lost

Hold out your hands cos friends will be friends

right 'till theEnd

domingo, 16 de dezembro de 2007

Prelúdio

Duas da manhã. Um silêncio apenas quebrado pelo teclar incessante do teclado de um computador portátil semelhante a tantos outros. Os vizinhos já dormem a sono solto e nem suspeitam que, próximo, bem próximo, uma mente fervilha de ideias prontas a ser transcritas para o papel (ou, no caso, para o ecrã). Ideias que outrora eram desperdiçadas, levadas a segundo plano somente devido ao facto de não terem suporte próximo. Umas recordar-se-iam na manhã seguinte, outras nem por isso...não importava. Era jovem e tinha tempo para pensar em mais ideias novas, sempre novas, porque uma ideia é-o no momento presente para depois passar a mera lembrança ou a concretização efectiva. Mas "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e a verdade é que, com o passar do tempo, comecei a sentir a necessidade de transpôr o que me vai na alma para o papel (ou, no caso, para o ecrã) com maior ou menor frequência. E eis que surge um blog.